terça-feira, 17 de maio de 2011

Vereadores barram proibição de sacolas plásticas em São Paulo

Câmara evita que acordo entre governo do Estado e supermercados para banir sacolinhas até[br]2012 vire lei municipal
Diego Zanchetta - O Estado de S.Paulo – 11.05.11
A Câmara Municipal de São Paulo não conseguiu transformar em lei municipal o acordo entre governo do Estado e donos de supermercados que prevê o fim das sacolas plásticas a partir do ano que vem.
Clayton De Souza/AE-9/5/2011
Troca. Governo estadual quer banir sacolinhas até 2012
Na tentativa de criar uma legislação municipal que pudesse oficializar a mudança, a base governista do prefeito Gilberto Kassab (PSD) foi atropelada pelo grupo de vereadores que fez o lobby em favor das indústrias e dos sindicatos ligados à produção de plástico.
O projeto proposto pelas lideranças da Casa colocava como limite para o fim da distribuição das sacolinhas o dia 31 de dezembro de 2011 - no acordo do Estado com os empresários do setor de supermercados, constou o dia 25 de janeiro de 2012 como prazo para a substituição voluntária. Na proposta dos vereadores era vedada ainda a venda das sacolas por R$ 0,19, ao contrário do que prevê o acordo assinado na segunda-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Durante mais de três horas, o vereador Francisco Chagas (PT) foi o porta-voz em defesa das sacolinhas plásticas. Ele conseguiu o apoio dos colegas Milton Leite (DEM), Wadih Mutran (PP) e Aurélio Miguel (PR) para obstruir a sessão. "Não existe nenhum estudo conclusivo sobre a nocividade das sacolas plásticas. As sacolas de pano, sim, representam um risco enorme de contaminação para as pessoas", argumentou Chagas, que é ligado ao Sindicato dos Químicos.
No plenário da Câmara, cerca de cem pessoas faziam uma manifestação contra o fim das sacolinhas. O projeto em discussão seria votado em segunda discussão e seguiria para a sanção do Executivo. "Eu não consigo entender o motivo de a Câmara se preocupar tanto com as sacolinhas de uma hora para a outra", bradou Mutran (PP), vereador mais antigo da Casa, com mandato desde 1988.
Garrafas PET. O presidente da Câmara, José Police Neto (sem partido), chegou a abrir três sessões extraordinárias para tentar votar o texto, mas não teve sucesso. "Sou a favor do projeto, desde que seja incluída também a substituição das garrafas PET", justificou Aurélio Miguel.
Foi a segunda vez em menos de um ano que os vereadores tentam e não conseguem votar um prazo para o fim das sacolinhas. No final de 2010, um projeto do ex-vereador e atual deputado estadual Carlos Alberto Bezerra Júnior (PSDB) também acabou pendente de votação, após pressão de sindicatos ligados às empresas que produzem sacolinhas. Agora não existe mais prazo para proposta semelhante ser levada à discussão na Câmara paulistana.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

EM BARCELONA, LIXO CORRE NO SUBSOLO

Em Barcelona, lixo corre no subsoloCidade tem 113 km de tubulações por onde o é transportado a mais de 70 km por hora para ser reciclado ou tratado
Gustavo Bonfiglioli - ESPECIAL - O Estado de S.Paulo – 24.11.10CIDADES SUSTENTÁVEISLogo abaixo das ruas de Barcelona, existe uma outra malha de tráfego. A uma profundidade de 5 metros, o lixo de casas, escritórios e até hospitais da capital catalã viaja a uma velocidade de cerca de 70 quilômetros por hora por meio de 113 km de tubulações, rede a vácuo que literalmente suga os resíduos produzidos pela população. Todas as vias conduzem aos mesmos destinos, centrais de armazenamento onde o material é processado, estocado em contêineres e finalmente levado a estações de reciclagem ou de incineração*.A chamada coleta pneumática, desenvolvida pela empresa sueca Envac, transformou a gestão de resíduos de Barcelona desde que foi adotada, no início dos anos 90. Hoje a cidade tem 30% do lixo coletado em oito pontos. Cada uma dessas malhas subterrâneas é independente, conectada por dutos a uma central específica. Pode parecer futurista demais, mas existem 600 redes semelhantes espalhadas por 150 cidades de todo o planeta.As vantagens ambientais são muitas: o fim dos caminhões de lixo, a diminuição das pilhas de sacos nas ruas e o estímulo à coleta seletiva, já que cada tipo de resíduo - reciclável, não-reciclável e orgânico - é lançado na rede subterrânea separadamente e vai para contêineres próprios."A ausência de caminhões de lixo evita odores, acúmulo de lixo e melhora o tráfego. Além das vantagens ambientais, o sistema proporciona um melhor aproveitamento do espaço urbano", afirma Carlos Vazquez, chefe do Departamento de Gestão de Resíduos da prefeitura local. O bairro de Lesseps, no distrito de Gràcia, adotou a coleta a vácuo recentemente, em 2009. O presidente da associação de moradores, Josep Maria Flotats, é um dos entusiastas do sistema, que atende 5,6 mil pessoas em Lesseps. "O bairro está mais bonito, limpo e sem odores. Não há mais acúmulo de lixo pelas ruas à espera dos caminhões de coleta, cuja ausência também tornou o bairro menos barulhento", conta o barbeiro de 65 anos, que organizou uma visita à central de coleta para os moradores no fim do ano passado. "É importante mostrar à população para onde de fato está indo o lixo que ela produz. Todos ficaram satisfeitos." O vice-presidente da Envac Iberia, Albert Mateu, que administra os sistemas na Espanha e em Portugal, afirma que a coleta a vácuo deve cobrir 70% de Barcelona até 2018, ano em que a empresa espera concluir as outras redes de coleta projetadas para a cidade. "Infelizmente, não é possível chegar a 100% por conta de alguns bairros com pequenas colinas e irregularidades no terreno, que inviabilizam a instalação dos dutos", explica. Barcelona instalou o primeiro sistema de coleta subterrânea para os Jogos Olímpicos de 1992. O sistema criado para a vila olímpica construída com tecnologias sustentáveis no bairro Poblenou, a noroeste da cidade, atende ainda hoje a 4,4 mil residências. O exemplo da vila deu origem às outras sete redes de coleta, que, 18 anos depois, beneficiam aproximadamente 324 mil moradores.Eficiente e caro. Segundo Mateu, a instalação da Envac tem quatro grandes turbinas que evitam obstruções na tubulação. Quando ocorrem, os problemas são logo identificados por uma central computadorizada que monitora todos os trajetos. "No caso de entupimento, acionamos as turbinas. Com o ganho de poder de sucção, em 90% dos casos desobstruímos o cano." Nas demais emergências, o problema é resolvido manualmente.O sistema é eficiente, mas não barato. Já foram investidos 156 milhões em Barcelona. A instalação de uma rede capaz de atender a 18 mil famílias custa, em média, 50 milhões. Vasquez explica que o financiamento é feito de duas formas. Em áreas de urbanização nova ou recente, a iniciativa privada banca o equivalente a 57% do custo. Em áreas urbanas já consolidadas, o financiamento público chega a 92% do total. "O investimento público também vem de fundos (da União Europeia)." De acordo com Fábio Colella, gerente comercial da Envac no Brasil, o sistema diminui o custo da coleta entre 30% e 40%. "O investimento é alto, mas compensado a longo prazo."Apesar de parecer inovador, o recolhimento subterrâneo de lixo a vácuo existe desde 1961, quando foi instalado para atender a um hospital na cidade sueca de Sollefteå. Desde então, começou a ser aplicado em outras partes do país, mas só ganhou novos mercados na Europa a partir dos anos 90. "Acredito que o sistema ganhou visibilidade quando a gestão das cidades passou a ser pensada sob um ponto de vista sustentável", afirma Colella.NO BRASILBrasília, que abriu licitação para mudar a coleta de lixo, pode ser a primeira cidade do País a ter um sistema a vácuo subterrâneo. "Vamos apresentar o projeto ao governo distrital e disputar licitações", diz o gerente da Envac no Brasil, Fábio Colella. Segundo ele, o projeto poderia ser inaugurado já em 2011. Colella diz que, desde 2007, a empresa estuda trazer a tecnologia a cidades como São Paulo e Rio.

LIXO E ESGOTO SAINDO DE DEBAIXO DO TAPETE

"Soluções" do modelo de Saneamento Centralizado mostram sua verdadeira cara
 - Lixo, chorume e dejetos são despejados  sobre a população-

Modelo de Saneamento atual é Centralizado, tanto no que se refere ao Tratamento de Esgotamento Sanitário, como na questão dos Resíduos Sólidos. Apresentado como solução única por prefeituras, empresários do lixo e grandes empreiteiros interessados na construção de grandes obras como as ETEs, este modelo agora mostra para que veio de fato!

Como pode-se observar, a centralização não é uma solução, já que não reintroduz os materiais  de volta ao seu ciclo de produção, não respeita microbacias, concentra volumes e não visa a redução, dificultando e encarecendo o manejo de resíduos.


Abaixo as consequências sociais e ambientais desse modelo:

Deslizamento de aterro sanitário na região de Itaquaquecetuba- SP:


Rompimento do tanque de uma estação de tratamento de esgoto em Niterói.
 Enxurrada de lama e dejetos deixou 10 pessoas feridas e arrastou mais de 20 carros.








Leia abaixo as matérias sobre o assunto:

-CHUVA AUMENTA RISCO DE NOVOS DESLIZAMENTOS EM LIXÃO NA GRANDE SP HTTP://WWW.ESTADAO.COM.BR/NOTICIAS/CIDADES,CHUVA-AUMENTA-RISCO-DE-NOVOS-DESLIZAMENTOS-EM-LIXAO-NA-GRANDE-SP,711677,0.HTM





-SP: Interdição de aterro em Itaquaquecetuba provoca o caos na coleta de lixo

-Concessionária é multada em R$ 110 mil por vazamento de esgoto em Niterói




DESLIZAMENTO EM ATERRO SANITÁRIO INTERDITA ESTRADA EM SP

IG SÃO PAULO | 25/04/2011 18:35 - ATUALIZADA ÀS 20:49

 O desmoronamento de uma pilha de cerca de 150 toneladas de lixo em um aterro sanitário localizado em um morro na Avenida Nossa Senhora das Graças, em Itaquaquecetuba, interditou a Estrada do Ribeira na manhã desta segunda-feira (25)
Os trinta homens do Corpo de Bombeiros já deixaram o local. Eles apagaram os pequenos focos de incêndio que surgiram depois da explosão e limparam a área. Ainda não se sabe o que causou a explosão.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, que recebeu o chamado às 11h05, houve tempo para a retirada das pessoas do local. Uma explosão causou o deslizamento, mas ninguém se feriu. “O lixo não atingiu as casas próximas e nem os carros”, afirmou o capitão do Corpo de Bombeiros Antônio Joaquim de Oliveira.

Com Agência Brasil





SP: Interdição de aterro em Itaquaquecetuba provoca o caos na coleta de lixo


O GloboPlantão | Publicada em 27/04/2011 às 20h16m