quinta-feira, 16 de junho de 2011

I OFICINA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

No primeiro ano de trabalhos do MOSAL, o coletivo se preocupou em
analisar e responder a questão do esgotamento sanitário, motivado pela
premência em enfrentar a questão dos emissários submarinos projetados
pela CASAN para a ilha de Santa Catarina. 
Em função dessa prioridade, foram realizadas várias oficinas populares
que, ao final, produziram uma proposta bastante consistente de modelo
descentralizado de esgotamento sanitário para as regiões sul e norte da
ilha. 
Ao longo desse intenso trabalho, em meio a manifestações de toda
ordem, surgiu na agenda a discussão sobre o Plano Municipal Integrado
de Saneamento Básico – PMISB, elaborado pela Prefeitura Municipal de
Florianópolis, por meio de equipe montada na Secretaria Municipal de
Habitação e Saneamento.

Membros do MOSAL participaram de várias Audiências Públicas em torno
do projeto do PMISB, mas a par das inúmeras sugestões e documentos
entregues pelo coletivo ao longo desse processo, ficou claro que, além de
uma lacuna na discussão sobre esgotamento sanitário, havia também
uma lacuna ainda maior na discussão sobre resíduos sólidos, tema que,
pelos motivos apontados acima, não havia sido analisado com
profundidade como o foi o esgotamento sanitário.
Fazendo uma crítica ao anteprojeto do PMISB, o MOSAL publicou em
dezembro de 2010, um texto intitulado
“UM PLANO SOB ENCOMENDA PARA A CASAN”
http://mosal-movimentosaneamentoalternat.blogspot.com/search?updated-
max=2011-01-06T12%3A14%3A00-08%3A00&max-results=7, disponível
 no blog do coletivo, no qual pontua os principais aspectos que o
caracterizam como uma peça muito aquém das reais necessidades nesse
 setor para a cidade, abordando questões que vão desde previsão de
 investimentos, prazos, modelos de sistemas de saneamento, até questões
 relativas à gestão do sistema como um todo.
Abaixo, as tabelas ilustram alguns desses aspectos detalhados no texto,
que foram apresentadas durante a primeira parte da oficina.




Em função dessa atribulada conjuntura, e diante da  necessidade de se
produzir uma proposta concreta para a cidade relativa à área de resíduos
sólidos, visando uma alternativa ecológica em relação àquela formulada
no PMISB, o coletivo do MOSAL decidiu construir essa primeira oficina
popular, iniciando o processo de construção da mesma.    

As parcerias para a sua efetivação se deram em função da necessidade
de aglutinar diversos setores ligados às atividades com resíduos sólidos
na cidade:

associação de catadores, associações comunitárias,
ecológicas, movimentos sociais, entre outras, que, ao final, conformaram
o leque de promotores da mesma.



Apresentações:







Os grupos avaliando o trabalho sobre mapas :







OS RESULTADOS ALCANÇADOS


Cabe salientar que a proposta da PMF se restringe a
três grandes centros de coleta e triagem que, por sua vez, encaminhariam
os materiais para um centro ainda maior. Em suma, é um modelo
altamente centralizado de coleta e tratamento de resíduos sólidos. 
Decorrente dessa construção/proposta hipotética adveio a questão mais
enfatizada ao final da oficina, que foi a evidente e URGENTE necessidade
de injetar mais recursos públicos no sistema atual  visando sua
reorientação para a coleta seletiva.
O gráfico abaixo ilustra o desafio de implementar um sistema totalmente
diferente de gestão de resíduos sólidos, que visa a mudar o padrão atual
de coleta  de lixo comum, invertendo sua matriz ao incrementar
exponencialmente o volume da coleta seletiva de materiais em detrimento da
coleta do anterior.
O poder público municipal não investe na coleta seletiva em Florianópolis
em função de um motivo sobejamente conhecido: alega falta de dinheiro.
No entanto, é público e notório o fato de que o “lixo comum” é recolhido
pela COMCAP e reunido numa grande estação de transbordo na qual ele
é acondicionado em enormes jamantas que o transportam por via
rodoviária até o aterro sanitário metropolitano de Tijucas, 40km distante
da capital. A PMF paga R$ 107, ... para cada tonelada de lixo posto no
aterro em Tijucas. Se a prioridade na política pública fosse diminuir o
volume a ser transportado para lá, e aumentar, conseqüentemente, o
volume da coleta seletiva, visando tirá-lo do volume destinado ao aterro
em Tijucas, sucessivos orçamentos municipais teriam contemplado essa
diretiva, e, ao longo de poucos anos, teríamos um outro padrão que o
atual, que aponta apenas 5% do volume total para a reciclagem.
Outra questão decorrente da análise feita ao final  da oficina, indica a 
possibilidade de os “centros de gestão de resíduos sólidos” – as estações 
de coleta e encaminhamento de materiais nas suas mais diferentes 
formas de apresentação e dimensão, serem equipadas  com todos os 
equipamentos necessários para processar os mais diferentes materiais in 
loco, evitando dessa forma, o seu transporte para outras estações. O 
princípio é o de que as estações sejam os locais nos quais todos os 
materiais acolhidos sejam processados e dali encaminhados para as 
indústrias e destinos que os reaproveitarão, seja com caráter comercial, 
seja apenas com caráter sócio-ambiental.
Prensas, esteiras separadoras, enfardadoras, entre outros equipamentos, 
poderiam acolher e processar toda sorte de materiais acolhidos pelos 
inúmeros centros espalhados pela cidade, propiciando, ao longo do 
tempo, enorme diminuição do volume do “lixo comum” hoje transportado 
para o aterro sanitário – muito material precioso desperdiçado.

De outra parte, se por um lado, a enorme massa vegetal recolhida na
cidade em função da varrição, corte de gramado e poda de árvores nas vias
e logradouros públicos. é hoje  triturada na COMCAP e encaminhada para
a compostagem, este processo ainda é feito de maneira centralizada e limitada,
não abrangendo toda a cidade nem funcionando como gerador de renda nos
diferentes distritos, demandando ainda, transporte desse material a longas distâncias.
Além disso, a maior parte da massa vegetal trazida pelo mar nas praias ainda é
encaminhada como “lixo comum” e transportado para  Tijucas.
É nesse sentido que apontamos a falta de interesse por parte do
poder público e o modelo centralizado como sendo fatores
impeditivos para o sucesso da gestão de resíduos sólidos na cidade. 
Ainda no quesito materiais especiais, o entulho de obras e desmanches é 
um problema concreto que afeta todas as cidades e requer formas 
específicas de tratamento, normatização na coleta e disposição, além de 
máquinas trituradoras apropriadas que já existem à  disposição no 
mercado.

Estas, também devem ser instaladas nesses  centros, 
propiciando seu re-uso por parte da comunidade. Hoje se faz 
pavimentação com parte de trituração de entulhos, entre outras coisas. 
A produção de cavacos e serragem decorrente do processamento da 
massa vegetal poderá gerar dividendos sociais e ecológicos, além de 
financeiros para o município, pois diminui o custo  que demanda o 
transporte desses materiais ao aterro sanitário, além de oferecer um 
produto que pode ser usado localmente pela população na jardinagem, 
produção frutífera e paisagismo em micro escala.



MMA e Abras estabelecem metas para redução das sacolas plásticas


 Associação Brasileira de Supermercados (Abras) firmou pacto setorial com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para reduzir em 30% as sacolas plásticas nas lojas de todo o país até 2013 e 40% até 2014, tendo como base os números de produção de 2010, que até agora estão estimados em aproximadamente 14 bilhões. A meta está no Plano Abras de Ação Sustentável – 2011, que dedica um capítulo especial para as ações de redução do consumo de sacolas plásticas.De 2007 a 2009, dados da Indústria do Plástico mostram redução de 30%, mas ainda há muito a ser feito. Para alcançar a meta, a Abras irá elaborar um manual de ações de boas práticas nos pontos de venda para conscientizar funcionários e consumidores dos benefícios da redução das sacolas plásticas; produzirá uma campanha publicitária aberta à adesão voluntária de todas redes de varejo; fará pesquisa para acompanhar a redução da distribuição de sacolas nos pontos de venda das empresas; premiará os casos de sucesso de redução do consumo de sacolas; e divulgará boas práticas do uso de sacolas plásticas em todos os Estados, por meio dos cursos de operador de caixa e de empacotador da Escola Nacional de Supermercados.PPCS – A iniciativa da Abras segue as diretrizes do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) do MMA, que estava em consulta pública até 30 de novembro para receber comentários e sugestões da sociedade. Dessa forma, no texto final do PPCS, que deve ser publicado até o final do ano, o Plano da Abras constará como pacto setorial para varejo e consumo sustentáveis.“Desde 2009, quando lançamos a campanha Saco é um Saco, contamos com o apoio da Abras e de várias redes de supermercados. Mas as metas de redução eram individuais. Agora a meta é nacional, assumida pelo conjunto dos varejistas. Ter o apoio da Abras neste importante passo é vital, pois ela representa mais de 76 mil estabelecimentos espalhados por todo o País. Acho que esta ação enriquecerá o Plano de Produção e Consumo e aponta as imensas possibilidades de outras semelhantes que visam aumentar o número de cidadãos e instituições que praticam o consumo responsável”, ressaltou a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo.A recente pesquisa divulgada pelo MMA “Sustentabilidade: Aqui e Agora” aponta que 60% dos brasileiros aprovariam uma lei que proibisse a distribuição gratuita das sacolinhas, 69% adotariam outro tipo de saco ou sacola para carregar suas compras e 47% voltariam a usar latas, lixeiras e latões para acondicionar seu lixo.Apesar de estar ciente dos problemas causados pelo consumo excessivo das sacolas plásticas e já ter na ponta da língua alternativas para não usá-las, os brasileiros ainda não mudaram efetivamente seu comportamento no dia-a-dia e ainda não incorporaram a cultura da sacola retornável. O Plano da Abras mostra como o mercado e o poder público vêm se preparando para estimular cada vez mais o consumo consciente e facilitar a mudança de comportamento do consumidor de forma permanente. (Fonte: MMA)
Fórum discute descarte de lixo eletroeletrônico
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participa nesta sexta-feira (3) da cerimônia de abertura do V Fórum Governamental de Gestão Ambiental na Administração Pública que irá debater o descarte de lixo eletroeletrônico.Durante todo o dia, cerca de 400 pessoas, especialistas da área e representantes da Administração Pública e setor privado apresentarão soluções, compartilhando experiências, entre eles, Márcio Quintino, Gerente Corporativo de Meio Ambiente da Philips do Brasil e Jameson Souto, gerente de vendas da HP Brasil.Na mesma solenidade serão premiados os vencedores do 2º Prêmio Melhores Práticas da A3P. A Premiação visa estimular a implementação de iniciativas inovadoras de gestão ambiental que contribuam para a melhoria do ambiente organizacional e do meio ambiente.Este ano, a novidade é que os troféus foram confeccionados a partir de descarte de madeira, oferecida pelo Laboratório de Produtos Florestais do Serviço Florestal Brasileiro. E o design é assinado pela equipe do Ibama. (Fonte: MMA)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Produto ‘biodegradável’ é vilão se descartado de forma errada, diz artigo



Cientistas da Universidade Estadual da Carolina do Norte, dos Estados Unidos, divulgaram pesquisa nesta terça-feira (31) apontando que o descarte inadequado de produtos chamados ‘biodegradáveis’ pode ser prejudicial ao meio ambiente.
A justificativa é que a decomposição de copos descartáveis e outros utensílios com esta denominação liberam gás metano, causador do efeito estufa. A preocupação dos pesquisadores é que se este tipo de lixo for colocado em aterros sanitários que não capturam ou queimam o gás, o metano será liberado para a atmosfera e poderá contribuir para as emissões de poluentes.
“O metano pode ser uma valiosa fonte de energia quando capturado, mas é um gás de efeito estufa se lançado na atmosfera”, afirmou Morton Barlaz, co-autor da pesquisa e professor da universidade. “Em outras palavras, os produtos biodegradáveis podem não respeitar tanto o meio ambiente quando descartado em aterros inadequados”, complementou.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental norte-americana, 35% dos resíduos sólidos urbanos do país vão para locais que capturam o metano e o transformam em energia. Outros 34% vão para aterros que queimam o gás (usinas de biogás). Entretanto, 31% do lixo urbano dos Estados Unidos vão para ambientes sem tratamento e que permitem liberar o gás de efeito estufa na atmosfera.
O alerta sobre o assunto foi dado também porque os produtos ‘biodegradáveis’ sofrem processo rápido de decomposição. De acordo com a pesquisa, ‘se os materiais degradam e liberam metano rapidamente, significaria menos combustível potencial para uso de energia e mais emissões de gases de efeito estufa’.
“Se queremos maximizar os benefícios ambientais dos produtos biodegradáveis em aterro, nós precisamos ampliar a coleta do metano e modificar o design desses produtos para que eles se decomponham mais lentamente”, disse. (Fonte: G1)